sábado, junho 17, 2006

No tempo em que líamos "Xismein"...

No gibi Superaventuras Marvel #46, de 1986, um leitor perguntou na seção de cartas quando seria feito um filme dos X-Men, pois naquela época os mutantes estavam na melhor fase que já tiveram em seus 40 anos de existência. O editor da vez deu aquela enrolada, e é claro que não respondeu, mesmo porque a safra de filmes de super-heróis naquela época era pra lá de medonha. O que saía era tosco, por não contar com os efeitos especiais necessários. Vivíamos a fase pré-CGI, e até torcíamos para que nossos heróis preferidos não fizessem papel de ridículo no cinema. Mas aí veio Batman, Jurassic Park, desenhos dos anos 1990, Blade e, misturando tudo... Hoje, vinte anos depois daquele SM #46, temos não um, mas três filmes dos X-Men prontinhos. E aí vem a pergunta, X3 é ou não um bom filme? Vejamos, no SM #46 encerrava justamente a história Dias de um Futuro Esquecido, com sua história cativante e final perturbador. E se pudéssemos dar uma de Kitty Pride (no bom sentido) e voltar 20 anos no passado para poder responder àquele leitor, o que diríamos? Dos três filmes, que foram feitos com os mesmos atores, pela mesma produção, com apenas dois diretores diferentes, qual deles é o melhor? E eu respondo, os três são igualmente fantásticos. De forma inexplicável, cada um deles tem uma qualidade que os diferencia, mas ao mesmo tempo os une. O primeiro por colocar na tela, em cores vivas, os mutantes, o segundo por amarrar tão bem a história, e o último por encerrar com chave de ouro. Desde o primeiro filme, que eu digo que X-Men inaugurou o filme de comics para fanboys. Isto porque os roteiristas foram inserindo, ao longo da trama, pequenas coisinhas que deixaram os leitores fissurados, sempre esperando a próxima cena onde o Wolverine se regenera, o visor do Ciclope é arrancado, o Noturno se teleporta... E se X-Men 1 e 2, fizeram isso muito bem, em X3 tivemos o X elevado a 3 !!! O combate entre o Professor e Fênix, as bordoadas do Fanático em Wolverine, a sala de perigo... Só quem assistiu ao filme pode contar as inúmeras referências. E a história, e a curta duração, e o excesso de personagens? Tudo isso está em segundo plano quando uma batalha, que parece ser retirada do Superaventuras Marvel #46, brota na tela! Então, se por acaso o seu eu do passado gritasse em um túnel do tempo “Ei, como é o século 21 para os super heróis?”, você responderia: "É a Renascença!".