E não é que ficou "Ottman"...

JohnWilliams é o maior compositor de todos os tempos!! Isto é uma fato. Suas composições imortais embalam o cinema americano há mais de 40 anos. Mas foi no período de 1975 a 1984, que “Johnny” criou as suas maiores obras primas. E bem no meio deste período, ele fez a música de Superman - O Filme (1978), que se tornou o hino do maior herói de todos os tempos. Das várias mitologias que se incorporaram ao Superman na sua história, vindo de outras mídias (kryptonita, Lex Luthor, etc.), o Main Title está tão impregnado no personagem, que não dá para imaginar um sem o outro. É claro, então, que Bryan Singer, ao assumir o filme do “escoteirão azul”, não podia deixar de usar a música mítica. Na verdade foi uma exigência dele! E para isto, na falta do John Excelente , usou o John Ottman (entendeu o trocadilho do título, hein? hein?). Então, que ele ia usar o tema principal todo mundo já sabia, mas e os outros temas, que são igualmente espetaculares, como usá-los?

“Nada tema, isto é um trabalho para John Ottman...” o sujeito deve ter falado na hora de ser convocado. Mesmo com uma bagagem pequena dentro do mundo das trilhas, Ottman, que é o colaborador tradicional de Singer, já musicou X-Men 2 e Quarteto Fantástico com grande eficiência. Mas em Superman - O Retorno ele se superou, criando os seus próprios temas, e inserindo-os junto aos originais, de forma bem casada e harmoniosa, tornando o resultado grandioso. No Main Title, ele usou o mesmo do original. Mas com um arranjo um pouco diferente, que logo é percebido. Até o ostinato inicial, a famoso paradinha (tan-tan-tantan-tantan), foi utilizado com eficiência. E durante a trilha, o recurso de leitmotif, praticamente inventado por John Williams, foi utilizado à exaustão, com o tema secundário Superfeats (que é o preferido do público). Traduzindo: cada vez que o Superman voa para salvar alguém, o tema toca agudo e rápido e depois é preenchido com musica incidental.

Isto aparece em todas as faixas, com outros temas: Leaving Home (tema da fazenda do Kansas), The World of Krypton (tema do próprio) e Can You Read My Mind (tema de amor do primeiro filme). Neste, Ottman chegou a declarar que era datado e piegas, e não seria usado. Ao que parece, não só voltou atrás, como o inseriu junto com o seu próprio Love Theme, na cena do primeiro encontro do Super com Lois Lane. Um tema que faltou dos clássicos, foi The March of Villains, que pontuava as aparições de Lex Luthor e seu ajudante Ottis, nos primeiros filmes. E foi acertado, pois este tema era muito cômico, como os próprios vilões o eram. Nada a ver com o Luthor que Kevin Spacey fez. Um personagem como nas HQs, sarcástico e impiedoso, como o seu tema, com percussões que deixam sempre o clima nervoso na sua presença.

“Então o Ottman não fez nada, só deu uma arranjada nos temas velhos e fez uns acordes novos” - você pergunta? Não, ele tem também um tema para o Superman, bem sóbrio e menos heróico que o de Williams, mais com uma carga de emoção grande. Quem estava apreensivo com o resultado, pode ficar tranqüilo. A trilha de Superman - O Retorno, segue a tradição do mestre John Williams dos bons tempos. E John Ottman começa a trilhar o caminho do seu xará. Fica a esperança que ele siga para o próximo filme (alguém duvida que terá o 2?), junto com Bryan Singer.... para o alto e avante! (não resisti!) Ah... tem um link muito legal que mostra a execução do tema principal nas gravações. Clique aqui para ver.